- 25/07/2017
- Posted by: masavio
- Category: Notícias
A grande ideia você tem, mas o dinheiro para transformá-la em negócio ou fazê-lo crescer, não.
Esse tem sido um dos principais temas de estudo da empresária Fabiana Saad, autora do recente livro “Mulheres Positivas” (Editora Enkla), estudiosa de empreendedorismo feminino e uma das responsáveis pela produção do programa “Shark Tank Brasil” na segunda temporada — no ar às quintas no canal Sony.
A cada programa, a história se repete: a maior parte dos participantes não sabe detalhes ou não estruturou bem o negócio e perde a chance de ter o investimento dos chamados “sharks”, empresários como Caito Maia (todo-poderoso da Chilli Beans) e João Appolinário (fundador da Polishop). Tirando o viés entretenimento da coisa toda, há um erro fundamental que barra os iniciantes.
“Falta domínio sobre o que acontece na sua startup e falta gente que se dedique integralmente ao novo negócio. Se o investidor percebe isso, não cria confiança e não mexe no bolso”, conta Fabiana, que hoje é empreendedora do ramo digital. Perguntamos a ela quais são as principais lições que as empreendedoras de primeira viagem precisam aprender para conseguir investimento e evitar erros que, mesmo longe da câmera, podem travar o avanço de uma startup. Ainda que essa startup seja formada por apenas uma pessoa, você, as lições para conquistar apoio ou investimento podem inspirar. Veja mais a seguir.
1) Demonstre que você é apaixonado pelo produto!
Sua ideia pode ser incrível, mas o seu comprometimento, o seu domínio do tema e até o seu carisma podem contar na hora de conseguir investimento ou apoio para seu negócio, ainda que ele venha de um amigo ou um familiar. No fim das contas, diz Fabiana, é sempre sobre pessoas. “Antes de investir na sua startup, ele investe no empreendedor. Se o investidor não enxergar paixão verdadeira do empreendedor pelo produto, dificilmente investirá. Aliás, isso é um ponto comum em pessoas de sucesso: as carreiras
só dão certo quando existe paixão e amor pelo que se faz. Ideias muitos têm, o que diferencia um bom empreendedor de um ruim é a paixão e a capacidade de execução.”
2) Dedique-se 100% ao seu novo negócio o quanto antes
Essa lição é, quase sempre, uma consequência da primeira, afinal paixão pelo que faz quase sempre gera comprometimento e dedicação. Esforço, persistência e imersão no campo de negócio no qual está se inserindo são diferenciais num mar de gente que quer empreender, mas não quer mergulhar de cabeça. Se você tem a chance de se dedicar exclusivamente à nova ideia, provavelmente terá mais chances de conquistar um investidor. “Eles dificilmente têm interesse em entrar em negócios cujos empreendedores trabalham “part time”. De dez startups que nascem apenas nove sobrevivem, portanto é preciso, sim, dedicação total, foco e resiliência”, diz Fabiana.
3) Gaste o dobro de tempo fazendo um bom business plan
Parece óbvio, mas não é. Assista ao “Shark Tank” numa quinta-feira dessas e você vai ver que fazer um business plan com cuidado é para a minoria. Um erro, segundo Fabiana. “Investidores precisam entender qual o retorno que terão injetando dinheiro na empresa. Sem uma projeção válida e real do que a empresa gera e irá gerar, não vai existir investimento”, explica a empresária. Por mais
trabalhoso que seja fazer um business plan — e por mais que possa custar bastante dinheiro e tempo — essa é uma etapa que te faz economizar, porque evita que você invista em nichos errados ou distribua seus recursos de maneira equivocada.
4) Estude seu negócio como se fosse para uma chamada oral
Fabiana, formada em comunicação com MBA em Marketing, valoriza o poder do discurso amarrado e seguro, mesmo fora do reality show. Hesitar na hora de falar sobre o novo empreendimento é, para ela, o maior tiro no pé. E a maneira mais rápida e eficiente de treinar a autoconfiança é se cercar de todas as informações possíveis. “Assim como no programa, o ideal é que o dono da startup esteja preparado para responder tudo e mais um pouco sobre a sua ideia e os seus planos”, diz ela. Além de saber sobre as
projeções e os detalhes do seu business plan, tenha na ponta da língua histórias humanas envolvendo a sua seara e demonstre que estudou cenários e concorrência profundamente. Familiarize-se com termos como renda líquida, bruta, markup, payback…
5) Não fique numa bolha: pense no seu diferencial frente à concorrência
“Muitas startups tem ideias bacanas, porém se o vizinho B abrir um business exatamente igual e investir mais dinheiro, a startup A quebra. Isso só não acontece quando você entendeu e planejou o que te diferencia do restante. Qual a barreira de entrada que o vizinho terá ao tentar abrir o mesmo negócio que você? É também sobre entender seu diferencial. Em um cenário de muito desemprego, surge a necessidade de empreender. E, com muitas microempresas surgindo, é necessário explicar ao investidor em que sua startup é diferente e por que, na prática, será mais bem-sucedida.”
6) Prove para os investidores que o seu negócio é rentável e tem alta escalabilidade
“No fim das contas, o investidor precisa entender que vai rentabilizar mais investindo na sua startup do que aplicando o dinheiro no banco. Para isso é necessário explicar detalhadamente qual o lucro que a empresa apresentará e porque ela pode ser ‘escalável’”, explica. Tecla SAP aqui: negócio escalável é um termo que você vai escutar muito por aí e designa aquela ideia que tem chances de crescer sem que seja preciso aplicar capital na mesma proporção para isso — ou seja, o negócio pode crescer, mesmo com
estrutura enxuta. Pense em franquias, por exemplo.
Fonte: Bru Fioreti | Uol